Nos últimos dias a península coreana tem vivido uma situação de crise
inaudita. Toda a imprensa burguesa lança uma enxurrada de panfletária
política da pior espécie que tenta apresentar toda a crise como sendo
motivada pela inconsequência de um pequeno “ditador”.Leia a entrevista para saber o ponto de vista da Coréia do Norte.
Apresentam-nos a
crise coreana dissociada de todo seu contexto histórico e político.
Mesmo alguns meios de comunicação que se pretendem “alternativos”
esquivam-se da questão central no caso em foco apontando para o suposto
caráter “caricatural” do socialismo coreano, e vão ao cumulo de condenar
aquele país por suas expressões artísticas agitarem emblemas
anti-imperialistas. Em meio a essa torrente de desinformação poucos
antídotos são tão eficientes quando as entrevistas do camarada Alejandro
Cao de Benós. Único ocidental a trabalhar para o governo norte-coreano e
profundo conhecedor de sua realidade, Cao de Benós apresenta com sua
argumentação precisa, inexorável, uma completa refutação da coletânea de
mentiras da “democracia ocidental” contra o “espirito belicoso” e
“anti-democrático” do governo do Norte da Coreia, nessa entrevista
publicada em espanhol no site La Marea na manha de hoje e que agora
disponibilizamos em português.
![]() |
Alejandro Cao de Benós - |
“Se na Coreia do Norte mostrássemos debilidade, EUA iniciaria um ataque ao estilo da Líbia”.
Cada vez que a situação na península da Coreia entra em crise, os meios
europeus e americanos geralmente batem a porta de Alejandro Cao de
Benós, o único representante ocidental da Coreia do Norte, natural de
Tarragona. Funcionário do país asiático na qualidade de delegado
especial no estrangeiro, Cao de Benós viaja hoje a Pyongyang, onde
pretende permanecer até finais de abril, “desde que não comece a guerra,
caso no qual ficaria lá se assim me pedissem”, assegurou. Esses dias,
os olhos de todo o mundo se voltaram sobre o país comunista depois de
sua decisão de declarar estado de guerra e de ameaçar a EUA e seu
vizinho do sul com o começo de uma “guerra total” caso este dispare ou
avance sobre o território norte-coreano. “Sem Coreia do Norte não
existirá o mundo”, adverte.
-Qual é a situação agora mesmo na península da Coreia? É provável que estale um enfrentamento iminente?
A situação é muito crítica porque os Estados Unidos tem mobilizado
submarinos nucleares e porta-aviões, que estão realizando manobras de
fogo reais na fronteira. Portanto, pode estalar o conflito a qualquer
momento, já que o Exército Popular está à espera e temos a experiência
de qual é a política imperialista dos Estados Unidos.
-Por que se produzem tantas tensões já históricas entre Coreia do Norte e do Sul e EUA?
Principalmente se dão porque, ao final da Segunda Guerra Mundial, EUA
ocupou a Coreia do Sul, estabeleceu suas bases, assim como uma ditadura
militar sob o seu controle, que tem durado até nossos dias. O exército
sul-coreano não tem controle sobre suas próprias tropas, pelo contrario,
são os EUA os que mandam e os que usam deste exército para que se
enfrentem com seus próprios irmãos do Norte. Por isso, enquanto não
abandonem os Estados Unidos seu controle sobre a península coreana, não
poderá haver nunca uma paz definitiva e uma reunificação do país.
-No mês passado, a Coreia do Norte ameaçou com o lançamento de um ataque preventivo contra EUA, por quê?
Isto se deve a perseguição sistemática, tanto pelo bloqueio econômico
como pelas sanções da ONU como, volto a dizer, pelo assunto militar, as
manobras militares que se estão efetuando em nossa fronteira, que tem
levado nosso exército a estar em total alerta para que, em qualquer
momento em que os EUA cruzem a linha que separa as duas Coreias ou
lancem um míssil contra o território norte-coreano, se produza uma
resposta imediata, não só contra as tropas, senão contra as bases
americanas, tanto em Guam, como no Hawai, Okinawa no Japão, ou,
inclusive, sobre o território estado-unidense.
-Não crê que esta linguagem bélica que se está utilizando pode
contribuir para esquentar as coisas cada vez mais e levar a situação a
um ponto irreversível?
O que está claro é que deve se dizer as coisas muito claramente. Como
prevenção, devemos dizer aos EUA que, se tentar atacar, isto é o que lhe
vai acontecer. Usamos uma linguagem forte precisamente porque os
imperialistas norte-americanos usarão nossa debilidade para iniciar um
ataque ao estilo do Iraque, Afeganistão ou Líbia. Por tanto, é
necessário dizer as coisas claramente quando é preciso dizer para
prevenir males maiores. A Coreia do Norte se queixa, sobretudo, das
manobras com submarinos nucleares por parte dos EUA. É uma das causas
principais da crise. Se estamos em um momento tão crítico é precisamente
por isto, por que os EUA estão utilizando todo o seu arsenal na
fronteira. Se, agora mesmo, a França, ou o Reino Unido com Gibraltar,
mobilizasse todo seu arsenal nuclear e se pusessem a fazer manobras
militares na fronteria, disparando com fogo real, o exército espanhol,
que é supostamente um exército aliado, estaria em alerta e poderia se
desencadear um conflito. Na verdade, existiram casos como barcos de
pesca. É preciso dizer que encontramos porta-aviões e submarinos
nucleares realizando provas.
-Que condições seriam necessárias para que fosse possível a paz entre as duas Coreias?
A Coreia do Norte sempre deseja a paz, porém, não mentirá, nunca mudou
ou renunciou a soberania ou ao sistema político que escolheu sua nação, e
que decidiu seu povo. Portanto, a única solução para uma distensão ou
para chegar a acordos é que parem essas manobras ou que se mudem, pelo
menos, para 200 quilômetros ao sul, em vez de se faze-las na fronteira.
Têm muito território para efetua-las. Inclusive, qualquer falha técnica
pode desencadear um conflito armado total.
-No mês passado, a ONU implementou novas sanções contra a Coreia
do Norte, com o apoio da China, um de seus poucos aliados. Está a China
dando respaldo ao país?
A China é um país capitalista desde os anos 90, já abandonou seu sistema
socialista e, neste sentido, olha pelos seus próprios interesses. Por
um lado é vizinha da Coreia do Norte e tem investimentos de centenas de
milhões de dólares num novo parque industrial que acabamos de abrir na
fronteira, porém, por outro, quer também fazer o jogo dos EUA, porque
como membro do comércio internacional globalizado, ou capitalista, deve
cortejar o império. Podemos dizer que a China é um país de muitas faces,
que olha por seus interesses, e que tenta sempre manter um pouco deste
status quo com todas as nações.
-Na imprensa se tem falado, sobretudo, do complexo industrial na
fronteira com o sul, onde, segundo esta informa, as condições
trabalhistas dos operários norte-coreanos são extremamente precárias.
É totalmente falso. Todos os trabalhadores norte-coreanos que operam ali
– existem umas 123 empresas e uns 50.000 trabalhadores do norte – estão
sob supervisão norte-coreana e isto é precisamente o que nos está
ajudando a conseguir muitos dólares e euros como fonte de financiamento
de divisa externa. Por ser um sistema socialista e fechado, por não
depender das flutuações bancárias internacionais, a Coreia do Norte deve
se suprir de dólares e euros para realizar importações mediante outros
meios. Pode fazer transações com seus próprios recursos naturais, ou
recebendo dólares ou euros de empresas sul-coreanas. Em qualquer caso,
todos os trabalhadores na Coreia do Norte seguem os mesmos princípios e
têm os mesmos direitos trabalhistas. Com efeito, esses insultos são os
que levaram nosso governo a declarar, faz apenas dois ou três dias, que,
se continuarem, não teremos nenhuma inconveniência em fechar e expulsar
a todas as empresas sul-coreanas imediatamente. Assim, devém saber
medir suas palavras e saber que este é um projeto de reunificação, não
um projeto que nos obrigue a beijar os pés do capitalismo.
-Esse processo de reunificação é possível em curto prazo? O que deveria acontecer para isso?
Tivemos um avanço muito significativo no sentido da reunificação do ano
2000 ao ano 2008, durante as duas legislaturas do presidente
[sul-coreano] Kim Dae-Jung. Recordemos que este presidente ganhou o
premio Nobel da Paz. Se estabeleceram as bases deste processo em dois
acordos no ano de 2000 e 2007, para se chegar a paz, e a distensão que
desembocará numa reunificação. Estavam baseados na ideia de um país dois
sistemas diferentes. A reunificação não se produziria jamais a maneira
alemã, senão que, se respeitariam os sistemas existentes, vigentes em
cada uma das partes: comunismo no norte e capitalismo no sul, porém, sob
uma mesma bandeira. Esta é a premissa com a qual estão de acordo tanto a
maioria dos povos norte-coreanos como sul-coreanos e seus governos. Em
2008 chegou um novo presidente, Lee Myung-bak, que foi um presidente
ultraconservador e pró-norte-americano, destruiu todos esses acordos
formados durantes esses anos, e voltamos à situação de inicio, de
enfrentamento. Desses remanescentes do progresso pela reunificação ao
largo desses oito anos só restou este centro industrial na zona de
Kaesong, de que havíamos falado. Agora precisamos saber se a nova
presidenta, Park Geun-hye, é capaz de ser independente e de obrigar aos
norte-americanos que fiquem em seu canto e deixem que a Coreia seja
governada pelos coreanos.
-Por que a Coreia do Norte é um dos países mais afastados do mundo? Em caso de guerra, crês que algum país poderia entrar na guerra em apoio ao norte?
Em caso de guerra não esperamos o apoio de ninguém. A Coreia é
autossuficiente em arsenal militar. Temos assistido casos como o do
Iraque, onde seus irmãos muçulmanos não acudiram em sua ajuda, nem dos
irmãos iraquianos, nem dos líbios. Portanto, todas essas alianças
políticas, tradicionais, etc., na hora da verdade contam pouco, assim, a
Coreia se basta por si mesmo para obter uma vitória sobre o exército
norte-americano, em caso de que houvesse uma guerra. Quanto à definição
que fazem, de que a Coreia é um país fechado, não o é. A propaganda, a
manipulação ocidental e o bloqueio tem levado a que se forme está visão
do país, quando Coreia tem estado sempre aberta a qualquer pessoa que se
aproxime com respeito e que simplesmente entenda que existem outras
formas de vida e outros sistemas políticos. Coreia sempre tem os braços
abertos e, de fato, tem relações diplomáticas com a maioria dos países.
No caso da Espanha, desde o ano de 2001.
-Em que consistem, em termos gerais, as sanções implementadas sobre o território norte-coreano? Que consequências têm?
O bloqueio logicamente influí muitíssimo porque não se pode fazer
transações monetárias nem podemos fazer comércio internacional
livremente. De fato, não podemos praticamente nem fazer transportes
marítimos, porque as tropas norte-americanas bloquearem qualquer
cargueiro civil. O objetivo é asfixiar nossa economia para obrigar-nos a
converter nosso sistema em outro, capitalista, porém, isso não vai
acontecer. Na Coreia, desde 9 de setembro de 1948, estamos sob as
sanções norte-americanas. Ainda que isto dificulte muitíssimo o fator
econômico, temos formulas para saltar esse bloqueio. Portanto, não vai
funcionar, nem vai obrigar a Coreia do Norte a se ajoelhar. O bloqueio
tem causado alguns efeitos graves, como a fome que houve dos anos de
1995 ao ano 2000, que foi potencializada, por desgraça, pelos destres
naturais que assolaram o país. Na Coreia do Norte, apenas 15% do
território é cultivável. Essa conjunção de terríveis fatores, unida ao
desaparecimento do socialismo a nível mundial, depois do qual nós
ficamos sem aliados, submergiu ao país em uma crise a nível econômica
total, na qual também havia uma crise de alimentos. Afortunadamente,
desde o ano 2000, a econômica começa a recuperar-se. No último ano tem
crescido mais de 10% e atualmente não há ninguém, absolutamente ninguém,
que passe fome na Coreia. Provavelmente há mais gente, agora mesmo, que
passe fome na Espanha que na Coreia do Norte.
-Esses 15% de terreno cultivável os converte em importadores de alimentos?
Sim, a Coreia do Norte é um país importador de alimentos. O trigo se
importa da Rússia, o arroz da Tailândia e, como sabemos, os alimentos
estão cada dia mais caros porque seu preço está manipulado pelas bolsas
de Chicago e por interesses capitalistas. Estão fazendo crescer o preço
do alimento básico a um nível tal que estão gerando muito mais
disparidade, diferenças de classes no mundo e mais sofrimento e mais
pobreza. Como Coreia do Norte tem que importar do estrangeiro o grão e
tem que pagá-lo em dólares ou euros, que logicamente não tem, porque não
é um país capitalista, sua moeda não é convertível, se criam todas
estas complicações na hora de ajustar todas as rações necessárias para
alimentar aos 24 milhões de habitantes que temos.
-Que país, além dos EUA, exerce este bloqueio?
A China aprovou os últimos bloqueios no Conselho de Segurança, pelo que
está forçando a nossas empresas a se limitarem a Coreia e não poderem
comerciar no exterior. Mas isso do lado de uma lei pela qual os estados
fantoches dos EUA, como o Canadá, não podem negociar livremente
conosco, pois é considerado o comércio com o inimigo. Deste modo, se um
senhor no Canadá quer importar dois guarda-roupas da Coreia do Norte,
porque é muito barato e de muito boa qualidade, não pode fazê-lo por
causa dessa lei que o impõe os EUA. Portanto, se trata de uma asfixia
múltipla que, de novo, tem o objetivo de destruir o sistema político
soberano da república.
-Em caso de estalar a guerra, Coreia do Norte se veria enfrentando
grandes potências, como o Japão, os EUA e a própria Coreia do Sul. Não
há medo de que este enfrentamento possa causa graves danos ao país e, em
caso de que se usem armas nucleares, seu desaparecimento?
De maneira nenhuma, pelo contrario. Já declarei que sem Coreia do Norte
não existirá o mundo. Estamos falando de um dos exércitos mais numerosos
de todo o planeta, com mais de um milhão de soldados e mais de sete
milhões de milicianos, a Guarda Vermelha Operário-Camponesa, que dispõe
ainda de misseis intercontinentais e ogivas nucleares, que podem
alcançar qualquer ponto do continente norte-americano. Portanto, não
temos medo. Foram 15 as nações que lutaram contra a Coreia do Norte nos
anos 50, incluindo Grécia, Colômbia ou Austrália. Ao contrario de então,
quando tínhamos um país recém nascido, agora levamos 60 anos de criação
armamentista e de defensa dissuasória, pela qual não podem imaginar a
capacidade de golpear que tem agora mesmo a Coreia do Norte contra EUA. O
primeiro seria destruir todas as suas bases no Pacífico, não só na
Coreia do Sul, senão também no Japão, nas ilhas de Guam e Hawai.
-A margem das relações internacionais, a ONU e vários observadores internacionais acusam a Coreia do Norte de ser o cenário de violações sistemáticas dos direitos humanos.
Isto é parte da manipulação propagandística. De fato, os direitos
humanos são ter uma casa, ter educação, ter direito a uma saúde digna, e
isto é o que não se cumpre na maioria dos países capitalistas, o
primeiro deles é os EUA. Isto são os direitos humanos para nós. Estamos
criando uma sociedade igualitária, os meios de produção pertencem ao
povo e não a uma oligarquia. Portanto, são as típicas etiquetas que usam
o capitalismo para lavar o cérebro das pessoas através dos meios de
comunicação. Na Coreia não há abusos contra os direitos humanos, há uma
grande união, uma grande harmonia e felicidade entre as pessoas, o que
mostra precisamente essa capacidade que tem o país para enfrentar a
primeira potencia nuclear, que são os Estados Unidos.
Porém, existem outros direitos igualmente importantes, como o de expressão e as liberdades políticas.
A diferença basicamente é que na Coreia do Norte somos todos por um, é
uma sociedade comunista, na qual os interesses comuns primam sobre os
individualistas. A forma de expressar suas ideias é diferente, porém,
qualquer pessoa tem capacidade, tem a possibilidade de expor suas ideias
e suas opiniões políticas e, inclusive, podem apresentar-se as eleições
para presidente da república, se é capaz de convencer as sues
compatriotas.
-Também se acusa a Coreia do Norte de ter campos de concentração no seu território.
É mais uma maneira da propaganda tentar equiparar a Coreia com o nazismo
ou com outros regimes que haviam existido. É completamente falso. De
fato, as fotografias difundidas pela imprensa ocidental, feitas a muitos
quilômetros de altura, através de satélites, a única coisa que mostram
são granjas cooperativas e minas. Aí não existe nem uma só evidência da
existência destes campos de concentração. O que ocorre é que, como
sempre, é aplicado o duplo padrão. Para difamar e insultar a Coreia do
Norte, tudo vale. Por outro lado, EUA, que realmente tem esses cárceres,
comete esses abusos em Abu Grahib, em Guantánamo, e, em muitos outros
países, sai totalmente impune. Na Coreia do Norte não existe esses
campos de concentração e, se existisse, o sistema cairia por seu próprio
peso, como ocorreu com outras repúblicas socialistas.
-Se o país está “limpo” nesse sentido, por que não se deixa que entrem as comissões de direitos humanos da
ONU para que confirmem isto no próprio território?
Porque são precisamente peças dessa mesma propaganda. EUA controla esses
organismos. De fato, os pagam. A maioria do financiamento da ONU vem do
próprio congresso norte-americano. O que não vamos permitir é que um
grupo de pessoas que tem difamado, acusando, colaborando com o bloqueio
econômico para que tenhamos problemas com alimentação nos examinem.
Graças a esses senhores que supostamente defendem os direitos humanos
EUA tem podido justificar seu bloqueio económico. Quer dizer, graças a
esses defensores dos direitos humanos estão impedindo que possamos
importar comida. São fanfarronadas de pessoas pagas, e muito bem pagas,
que supostamente, com seu trabalho voluntário vão a examinar os direitos
humanos e que em realidade não fazem mais que propaganda barata. Nossa
opinião é que o cão ladra, porém, o trem avança. Não importa quanto
difamem, já que logicamente vamos seguir nosso caminho. Desde logo, o
que não vamos fazer é convidar para jantar a um senhor que nos está
insultando a cada dia e que ademais nos põe em condições difíceis.
-Kim Jong-Un é já o terceiro da mesma linhagem sucessória no
poder, não é isto uma clara evidência da ausência de democracia na
Coreia do Norte?
Esta é outra das etiquetas falseadas. A democracia significa dar o poder
ao povo, e é o que existe realmente na Coreia, onde o povo é dono dos
meios de produção. O caso de Kim Jong-Un é necessário entender como o de
uma figura paternal, de união entre as pessoas, que não se pode
entender se não se conhece a cultura coreana, se não se estuda um pouco
de confucionismo, budismo, e, sobre tudo, a ideia juche [filosofia
tipicamente coreana]. Basicamente, o poder reside no povo através da
Assembleia Popular Suprema, que está formada por 687 deputados, na qual
temos um presidente eleito. A figura de Kim Jong-Un é para manter certa
continuidade, para que todo mundo siga com os ideais socialistas. Não é
que ele decida tudo o que queira ou quando queira, já que também temos
primeiro-ministro, um gabinete e o poder popular que é realmente quem
manda.
-Porém, em última estancia, recai o poder sobre Kim Jong-Un.
Só a nível militar. Na última decisão foi votada de forma unánime por
essa Assembleia Popular Suprema. Não herdou o poder, senão que foi
eleito por estes quase 700 deputados, que são por sua vez eleitos a cada
5 anos por qualquer maior de idade, a partir dos 17 anos. Se podem
apresentar quem queira, de forma independente, ou como membro de
qualquer dos três partidos existentes: o Partido do Trabalho, o Partido
Socialdemocrata da Coreia e o Partido Chondoísta Chong-u.
Original em espanhol disponível in www.lamarea.com - Adaptado por Loco Mundo Japa
0 Comentario "Entrevista com o representante da Coreia do Norte - Alejandro Cao de Benós "
Postar um comentário